A partir do dia 6 de maio de 2004, começou a ser comemorado no Brasil o Dia Nacional da Matemática. O objetivo dessa comemoração é divulgar a Matemática como área de conhecimento, sua história e suas aplicações no mundo, bem como sua ligação com outras áreas de conhecimento, buscando derrubar aquele velho mito de que aprender Matemática é difícil e apenas privilégio de poucos.
O dia foi criado pela Sociedade Brasileira de Educação Matemática — a SBEM —, e a escolha dessa data é uma homenagem ao nascimento de Malba Tahan, pseudônimo de Júlio César de Mello e Souza. Tahan é autor de uma extensa obra, incluindo o livro O Homem que Calculava. Professor de Matemática e escritor muito criativo, ele adorava elaborar enigmas em sala de aula para iniciar suas explicações.
O primeiro nome falso que ele adotou foi R. S. Slade para fingir que era um escritor de outro país e conseguir publicar uma história num jornal cujo editor já havia rejeitado seus contos quando ele os assinou com seu verdadeiro nome. Como a artimanha funcionou, ele decidiu usar sempre um nome estrangeiro. Mais tarde, escolheu Malba Tahan, pois adorava escrever histórias árabes.
Ele nasceu no Rio de Janeiro em 1895 e morreu aos 79 anos, em 1974, no Recife. Foi um professor ousado para a época e gostava de ir muito além do ensino teórico e expositivo, do qual, aliás, foi um feroz crítico. “O professor de Matemática em geral é um sádico. Ele sente prazer em complicar tudo”, dizia. Também não dava notas “zero” nem reprovava seus alunos. “Por que dar zero se há tantos outros números?”.
Já suas histórias eram sobre aventuras misteriosas, com beduínos, xeiques, vizires, magos, princesas e sultões. Em O Homem que Calculava, ele conta as aventuras de Beremis, um árabe que gostava de resolver os problemas da vida com soluções matemáticas. Os números e as propriedades numéricas eram, para ele, como seres vivos. Ele dizia que existem números alegres e bem-humorados, frações tristes, multiplicações carrancudas e tabuadas sonolentas.
O homem que calculava
O livro conta a história de um viajante que estava passando pelo deserto e lá encontra um homem. E desde o começo do convívio dos personagens já se vê que esta história vai deixar muitos matemáticos de boca aberta. A historia se transcreve toda nas arábias, nos mostrando todos os costumes desse povo tão cultural.
Logo no primeiro capítulo ele resolve um problema super intrigante, que é o problema com camelos. Na sequência do livro ele vai resolvendo uma infinidade de casos com matemática pura e aplicada.
Um dos casos mais interessantes é quando ele resolve um problema encarados por três amigos que saíram juntos para comer em um restaurante, e desde o início tinham combinado de dividir igualmente os gastos. Eles comeram e o garçom trouxe a conta de 30 dinares, cada um deu dez e pronto. Sendo que quando eles estavam de saída o garçom os chamou e disse:
- Me desculpe, mas a conta deu 25 dinares e não 30 dinares.
Ele devolveu 5 dinares para eles.
Em um consenso eles decidiram cada um ficar com um dinar e dar dois de gorgeta para o garçom.
Agora eis a questão:
Cada um tinha dado 10 dinares, receberam um de troco então cada um deu nove dinares.
Nove vezes três é igual a vinte e sete dinares, mais dois do garçom, vinte e nove dinares.
Se eram trinta e só apareceram vinte e nove, aonde foi parar este dinar?
Se quiser saber a solução do problema é so ler o livro.
Existe uma infinidade de outros problemas do mesmo estilo que esse, nesta incrível e histórica aventura de nosso amigo matemático, que nos mostra uma infinidade de aplicações da matemática.
parabéns pelo blog! muito bem feito!
ResponderExcluir