Os meteoros, também conhecidos popularmente como estrelas cadentes, são fenômenos associados com a entrada na atmosfera terrestre de pequenas partículas sólidas vindas do espaço. Ao mergulhar através do ar a altas velocidades, estas partículas deixam atrás de si brilhantes traços luminosos devido à fricção e também à ionização gerada nas camadas superiores da atmosfera.
Este belíssimo fenômeno pode ser apreciado a olho nú, e sob boas condições de visibilidade é possível ver alguns meteoros por hora durante uma noite de observação. No entanto, em algumas épocas do ano, a Terra em sua órbita ao redor do Sol passa através de regiões com grande concentração de minúsculas partículas de poeira deixadas para trás por cometas que visitaram o Sistema Solar. Ocorrem então as chamadas chuvas de meteoros. Nessas datas especiais, um número muito maior de meteoros pode ser observado, podendo chegar a dezenas ou até mesmo centenas de meteoros por hora.
Radiantes e Nomenclatura :
Os meteoros provenientes de uma determinada chuva de meteoros parecem se originar de um mesmo ponto na esfera celeste chamado radiante. Isto significa que se traçarmos as trajetórias de cada meteoro de trás para frente, vamos obter um padrão de linhas que convergem para um ponto ou pequena área do firmamento onde se localiza o radiante.
Esta ilusão de que os meteoros parecem divergir a partir do radiante é um efeito de perspectiva, já que na verdade os meteoros atingem a atmosfera terrestre descrevendo trajetórias paralelas entre si. É o mesmo efeito que notamos ao observar como as pistas paralelas de uma auto-estrada parecem se juntar num ponto distante do horizonte.
As chuvas de meteoros recebem nomes derivados das constelações onde se encontram os seus respectivos radiantes, ou das estrelas mais brilhantes próximas aos radiantes. Por exemplo, as Orionídeas possuem o seu radiante na constelação de Órion. As Delta-Aquarídeas possuem o radiante próximo à estrela delta da constelação de Aquarius, e assim por diante.
As chuvas de meteoros recebem nomes derivados das constelações onde se encontram os seus respectivos radiantes, ou das estrelas mais brilhantes próximas aos radiantes. Por exemplo, as Orionídeas possuem o seu radiante na constelação de Órion. As Delta-Aquarídeas possuem o radiante próximo à estrela delta da constelação de Aquarius, e assim por diante.
Chuvas de Meteoros Anuais :
Algumas chuvas de meteoros são bem conhecidas e ocorrem regularmente a cada ano. Qualquer pessoa interessada na observação deste fenômeno pode planejar as suas observações antecipadamente, conhecendo a data correta e a hora da noite mais apropriada.
Como o nosso planeta sempre cruza um cinturão de meteoróides no mesmo ponto da sua órbita, as chuvas de meteoros sempre ocorrem nas mesmas datas de cada ano. São as chuvas de meteoros anuais. A Tabela 1 abaixo mostra as datas correspondentes à atividade máxima das chuvas de meteoros mais intensas do ano.
A Tabela exibe também a taxa horária esperada de meteoros, ou seja, o número de meteoros por hora que uma pessoa pode observar (em condições ideais) nessas noites e a constelação em que os meteoros se originam.
Nome | Máximo | Taxa | Constelação |
Quadrantídeas | 03 Jan | 120 | Bootes |
Lirídeas | 22 Abr | 15 | Lyra |
Eta-Aquarídeas | 05 Mai | 50 | Aquarius |
Delta-Aquarídeas | 29 Jul | 15 | Aquarius |
Perseídeas | 12 Ago | 80 | Perseus |
Orionídeas | 21 Out | 20 | Orion |
Taurídeas | 04 - 12 Nov | 10 | Taurus |
Leonídeas | 17 Nov | 100 | Leo |
Geminídeas | 14 Dez | 80 | Gemini |
TABELA 1 - As Chuvas de Meteoros Mais Importantes do Ano |
Tipos de Chuvas Meteóricas :
As chuvas de meteoros, também chamadas por alguns autores de enxames meteóricos, apresentam uma grande diversidade quanto ao número de meteoros por hora (THZ), duração da atividade, características típicas dos meteoros (como cor, brilho, velocidade, etc.) e periodicidade.
Algumas chuvas meteóricas, como as Perseídeas e as Geminídeas por exemplo, são bastante regulares em relação à intensidade, e podemos esperar ver o mesmo número de meteoros durante o máximo todos os anos. Outras chuvas apresentam intensidade variável dependendo do ano. As Leonídeas, por exemplo, mostram uma atividade excepcional apenas nos anos próximos à passagem do seu cometa associado, o Temple-Tuttle, que ocorre a cada 33 anos, exibindo uma atividade bastante baixa nos demais. Outro exemplo de enxame fortemente dependente da passagem periélica do cometa associado são as Pi-Puppídeas, que exibem um grande aumento da atividade apenas a cada 5 anos quando o cometa Grigg-Skjellerup se aproxima do Sol.
Podemos observar também uma grande variação quanto à duração do período de atividade de cada chuva. Enquanto que em alguns casos o pico de atividade pode durar apenas algumas horas, para outros, como por exemplo nas Delta-Aquarídeas e nas Taurídeas, esta atividade se estende durante semanas.
Podemos observar também uma grande variação quanto à duração do período de atividade de cada chuva. Enquanto que em alguns casos o pico de atividade pode durar apenas algumas horas, para outros, como por exemplo nas Delta-Aquarídeas e nas Taurídeas, esta atividade se estende durante semanas.
Tabela 2
Principais Chuvas de Meteoros Visuais do Ano
Principais Chuvas de Meteoros Visuais do Ano
Chuvas Meteóricas | Datas | Taxa | Posição do Radiante | Astro Associado | ||||
Abrev. | Máximo | Duração | THZ | Const. | AR | Dec | Cometa ou Asteróide | |
Quadrantídeas | QUA | 03 Jan | 28 Dez - 07 Jan | 120 | Boo | 230° | +45° | |
Alfa-Centaurídeas | ACE | 08 Fev | 28 Jan - 21 Fev | 10 | Cen | 210° | -59° | |
Gama-Normídeas | GNO | 13 Mar | 25 Fev - 22 Mar | 5 | Nor | 249° | -51° | |
Lirídeas | LYR | 22 Abr | 16 Abr - 25 Abr | 15 | Lyr | 271° | +34° | Thatcher C/1861 G1 |
Pi-Pupídeas | PPU | 23 Abr | 15 Abr - 28 Abr | var. | Pup | 110° | -45° | 26P/Grigg-Skjellerup |
Eta-Aquarídeas | ETA | 05 Mai | 21 Abr - 12 Mai | 50 | Aqr | 338° | -01° | 1P/ Halley |
Librídeas | LIB | 06 Mai | 01 Mai - 09 Mai | 4 | Lib | 223° | -18° | |
Delta-Aquarídeas Austrais | SDA | 29 Jul | 14 Jul - 18 Ago | 15 | Aqr | 339° | -17° | |
Pisces-Australídeas | 30 Jul | 16 Jul - 13 Ago | 5 | PsA | 341° | -30° | ||
Alfa-Capricornídeas | CAP | 01 Ago | 03 Jul - 15 Ago | 8 | Cap | 307° | -10° | Honda-Mrkos-Pajdusakova |
Iota-Aquarídeas Austrais | SIA | 04 Ago | 25 Jul - 15 Ago | 5 | Aqr | 334° | -15° | 2P/ Encke |
Delta-Aquarídeas Boreais | NDA | 08 Ago | 15 Jul - 25 Ago | 5 | Aqr | 334° | -05° | 2P/ Encke |
Perseídeas | PER | 12 Ago | 23 Jul - 22 Ago | 80 | Per | 47° | +57° | Swift-Tuttle 1862 III |
Kappa-Cignídeas | KCG | 18 Ago | 03 Ago - 25 Ago | 5 | Cyg | 289° | +55° | |
Iota-Aquarídeas Boreais | NIA | 19 Ago | 11 Ago - 31 Ago | 5 | Aqr | 327 | -06° | |
Alfa-Aurigídeas | AUR | 01 Set | 25 Ago - 05 Set | 10 | Aur | 84° | +42° | Kiess 1911 II |
Piscídeas | SPI | 19 Set | 01 Set - 30 Set | 5 | Psc | 05° | -1° | |
Draconídeas | GIA | 08 Out | 06 Out - 10 Out | var. | Dra | 262° | +54° | Giacobini-Zinner |
Orionídeas | ORI | 21 Out | 15 Out - 29 Out | 20 | Ori | 95° | +16° | 1P/ Halley |
Taurídeas Austrais | STA | 05 Nov | 01 Out - 25 Nov | 7 | Tau | 52° | +13° | 2P/ Encke |
Taurídeas Boreais | NTA | 08 Nov | 01 Out - 25 Nov | 7 | Tau | 58° | +22° | 2P/ Encke |
Leonídeas | LEO | 17 Nov | 14 Nov - 20 Nov | 100(var.) | Leo | 153° | +22° | 55P/ Temple-Tuttle |
Alfa-Monocerotídeas | AMO | 21 Nov | 15 Nov - 25 Nov | var. | Mon | 117° | +01° | |
Foenicídeas | PHO | 05 Dez | 28 Nov - 09 Dez | 5 | Pho | 018° | -53° | Blanpain 1819 IV |
Pupídeas-Velídias | PUP | 07 Dez | 01 Dez - 15 Dez | 10 | Vel | 123° | -45° | |
Geminídeas | GEM | 14 Dez | 09 Dez - 19 Dez | 80 | Gem | 113° | +32° | 3200 Phaeton (asteróide) |
Ursídeas | URS | 22 Dez | 17 Dez - 24 Dez | 10 | UMa | 217° | +76° | 8/P Tuttle |
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Sobre a Tabela 2
A tabela acima exibe dados atualizados relativos às principais chuvas de meteoros anuais conhecidas. Utilize-a para planejar as suas observações ou confirmar a procedência de meteoros observados. Apenas foram incluídos nesta tabela os enxames mais confirmados. Dezenas de outras chuvas menores deixaram de ser listadas porque ainda exigem maior estudo ou aguardam confirmação.
As chuvas de meteoros mais fortes e esperadas do ano aparecem em destaque
(nome escrito em azul).
(nome escrito em azul).
Note que na prática a Taxa Horária observada sempre vai ficar abaixo dos valores exibidos na tabela, que correspondem a situações teóricamente ideais.
Legenda
Nome - nome do enxame
Legenda
Nome - nome do enxame
Abrev. - abreviação utilizada internacionalmente
Máximo - data de atividade máxima
Duração - período aproximado de atividade
THZ - taxa horária de meteoros ( zenital ) ; var : variável
Const - constelação onde se encontra o radiante
AR - ascenção reta do radiante
Dec - declinação do radiante
Cometa ou Asteróide - astro associado, caso seja conhecido
Obs : - no caso dos anos bissextos, considerar um dia antes das datas da tabela.
Chuva de meteoros no último dia 12
Na madrugada desta sexta-feira (12/08/2010) uma chuva de meteoros Perseidas pôde ser vista a olho nu, maravilhando um grande número de pessoas, sobretudo no Hemisfério Norte.
O fenômeno foi observado com mais facilidade em países como Inglaterra, Áustria, Espanha, Macedônia, México e Estados Unidos.
No Brasil, o melhor horário para assistir ao “show” ocorreu entre 0h30 e 2h30, mas a visibilidade foi muito menor que nos países do norte.
A chuva de meteoros Perseidas acontece cada 133 anos, quando rastros do cometa Swift-Tuttle são vistos da Terra. As partículas de poeira chamam a atenção à medida que cortam os céus.
Os meteoros tem o tamanho de um grão de areia, mas criam uma imensa massa de calor ao atingir a atmosfera terrestre, a mais de 200 quilômetros por hora.
Perseidas é registrada sobre Stonehenge, na planície de Salisbury, ao sul da Inglaterra. Foto de exposição longa. (Foto: Doherty Kieran / Reuters)
Fenômeno também foi registrado em Grazalema, sul da na Espanha. (Foto: Jorge Guerrero / AFP Photo)
Foto de longa exposição em uma estrada montanhosa ao sul de Skopje, capital da Macedônia, registra meteoro riscando o céu ao entrar na atmosfera da Terra. (Foto: Boris Grdanoski /AP Photo)